A Cúpula e o Anexo 1 do Senado serão iluminados de vermelho nesta terça-feira (27), data em que se comemora o Dia Nacional da Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes. A iniciativa é do senador Paulo Paim (PT-RS), que atendeu ao pedido da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal). Cor do sangue, o vermelho é símbolo da luta das pessoas com alguma dessas enfermidades.

Segundo Paim, a anemia falciforme é uma das doenças hereditárias mais predominantes no Brasil. Contudo, lembra o parlamentar, por ser rastreada pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal, é facilmente identificada pelo teste do pezinho em crianças nos primeiros 30 dias de vida. Alertar a população sobre as doenças falciformes é uma medida de caráter instrutivo e precisa ser reforçada com iniciativas como essa, diz Paim.

— Precisamos investir em ciência, tecnologia e em ferramentas publicitárias para alertar a população brasileira dessa cruel doença. Iluminar os órgãos públicos com a cor vermelha é uma das formas educativas para darmos atenção à doença.

Miscigenação

Representante da Fenafal, Maria Zenó Soares ressalta que essa é a anomalia genética mais comum no Brasil e afeta um a cada quatro mil nascidos vivos. A condição é mais comum em indivíduos negros, afirma. Porém, esclarece, por conta da grande miscigenação, a enfermidade está presente em pessoas de outras etnias. Segundo Maria Zenó, a maior incidência da enfermidade ocorre no Nordeste, região com grande quantidade de indivíduos afrodescendentes.

— Nós, que fazemos parte do grupo de doenças falciformes, buscamos por meio da iluminação do Senado Federal no dia 27 de outubro conscientizar o maior número de pessoas sobre as dificuldades enfrentadas e, com isso, quebrar paradigmas sociais e raciais — ressalta.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença falciforme é um nome utilizado para identificar as patologias causadas pela presença de uma hemoglobina anômala – a hemoglobina S – nos glóbulos vermelhos. A mais comum delas é chamada de anemia falciforme, caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme.

A detecção de doenças falciformes é feita por meio do exame eletroforese de hemoglobina. O teste do pezinho, realizado gratuitamente antes de o bebê receber alta da maternidade, proporciona a detecção precoce de hemoglobinopatias, como a anemia falciforme.

Quando descoberta a doença, o bebê deve ter acompanhamento médico adequado, baseado em programa de atenção integral. O paciente deve ser acompanhado durante toda a vida por profissionais treinados no tratamento da anemia falciforme para orientar a família e o doente a descobrir rapidamente os sinais de gravidade da doença, a tratar adequadamente as crises e a praticar medidas para sua prevenção.

Com informações do Ministério da Saúde